não consigo. não consigo desistir. já me habituei a aguentar. já me habituei ao sofrimento. já não consigo não te amar, acredita. não há escapatória: é irremediável. não consigo sair desta situação, portanto, habituei-me a estar nela, a lidar com ela. a lidar com tudo quilo que tentamos evitar. é-me impossível escapar de ti. se ao menos pudesses sequer imaginar o quanto eu gosto de ti. não consegues, é impossível demonstrar-te algo que apenas o coração conhece, porque é ele que sente, é ele que bate por ti. sabes? já não peço nada proveniente de ti, seria errado fazê-lo. seria errado esperar o que quer que seja da tua parte. simplesmente, a tua parte existe no meu mundo, mas tu nem sabes que ela existe... penso eu. sem te aperceberes sequer, fizeste-me mudar, fizeste-me crescer. de certa forma, deste-me força, contudo, também me enfraqueceste de tal forma, que cai e lá me mantive, mais tempo do que alguma vez tinha estado. é-me tão difícil amar-te, é-me tão difícil, sistematicamente, aparar-te os golpes. associo o teu nome apenas a coisas negativas, contudo, ver-te, faz-me aperceber do quanto bem me fazes, simplesmente por existires, simplesmente por ainda respirares. arrasas-me, sim. cada gesto que fazes, cada palavra que diriges a mim, mata-me, de tal forma, que não apenas bato no fundo, como 'furo' o fundo. caio em estados de espíritos de tal forma indescritíveis que nada me faz bem, nada me dá prazer. mais: as vezes, só de mencionar o teu nome, ou de o ouvir, sinto o chão a escapar-me por entre os dedos, sinto tudo a desabar. mas como posso eu, diz-me, como posso eu por termo ao teu 'eu' que tão profundamente se encontra dentro de mim? simplesmente, não posso. não consigo. não tenho forças para o fazer. não te resisto, e acabo sempre assim. não me arrependo de nada, contudo, só gostaria que não fosse tão complicado assim, amar-te.
'nobody said it was easy, nobody ever sad it would be so hard'
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